Thomas Mann - A Montanha Mágica


A Montanha Mágica", obra escrita pelo autor alemão Thomas Mann, é considerada um clássico da literatura mundial, narrando a história de Hans Castorp, um jovem engenheiro que parte para visitar seu primo em um sanatório localizado em uma montanha na Suíça.

Ao longo de sua estadia, Hans acaba se envolvendo com os pacientes e médicos do sanatório, absorvendo seus conhecimentos e perspectivas de mundo, além de se apaixonar por uma mulher do local.

Embora a história se passe no início do século XX, em meio à Primeira Guerra Mundial, Mann apresenta reflexões pertinentes aos dias atuais, como a busca pelo sentido da vida, a luta entre o racional e o sensível, e o embate entre as diferentes visões de mundo dos personagens.

Além disso, a metáfora da montanha, que representa o isolamento e a separação do mundo exterior, é explorada de forma magistral pelo autor. Mann apresenta uma narrativa densa e complexa, que exige do leitor uma atenção constante, sobre tudo exige uma grande atenção no tempo em que as coisas acontecem, pois o tempo na montanha mágica passa de uma forma muito diferente do mundo exterior.

No entanto, a leitura de "A Montanha Mágica" é uma experiência enriquecedora, capaz de conduzir o leitor a uma jornada fascinante de descoberta de si mesmo e do mundo ao seu redor.

Em resumo, "A Montanha Mágica" é um livro indispensável para os amantes da literatura que buscam uma leitura desafiadora e enriquecedora, com uma reflexão profunda sobre as questões mais profundas da vida humana durante um momento histórico complexo e desafiador.


Onde encontrar: A Montanha Mágica - Thomas Mann

Josh Malerman - Piano Vermelho

 


O livro Piano Vermelho tem como escritor Josh Malerman, que além de escritor também é cantor e compositor da banda de rock The High Strung e produtor de cinema. O seu livro de estreia foi publicado no Brasil em janeiro de 2015 pela editora intrínseca que se chama Caixa de Pássaros, livro esse que a Netflix adquiriu os direitos de uma adaptação cinematográfica, estrelando no filme Sandra Bullock no papel da protagonista Malorie.

Piano Vermelho é um livro que conta a história de Philip Tonka que é um pianista da banda Os Danes, que também faziam parte da banda do exército que participaram da segunda guerra mundial. Na mesma linha de Caixa de Pássaros, a história de Piano vermelho se passa em duas linhas narrativas diferentes, passado e presente, ambas acontecendo em 1957, porém enquanto Caixa de Pássaros retrata a história tendo como base a visão dos personagens, Piano Vermelho vai ter como base a audição.

Na história do passado que acontece seis meses antes da história do presente Philip e sua banda recebe a visita de um homem que é alto escalão do governo, pedindo para eles participarem de uma missão que renderiam a cada um deles a quantia de 100 mil dólares, porém envolve o envio da banda juntamente com o sargento do exército, um fotógrafo e um historiador para o deserto do Namibe na África para encontrarem e avaliarem um som misterioso que foi capaz de desativar uma bomba nuclear.

O objetivo do exército era usar a experiência que Os Danes tinham na música juntamente com a experiência em produção musical e ainda já terem servido ao exército na segunda guerra mundial. Sendo assim, a banda tem acesso à reprodução do som que foi gravado no deserto do Namibe e aí sim começa acontecer o caos que o ruído é capaz de fazer, provocando na banda alucinações, náusea e até mesmo vômitos.

Na história do presente seis meses depois já vemos Philip se recuperando em um hospital, que no primeiro momento não sabemos se é um hospital militar, civil ou até mesmo se estão mantendo-o em um cativeiro, o fato é que Philip é encontrado com todos os ossos do corpo quebrados, e aí entramos no mistério e na grande pergunta do livro: O que Philip encontrou ou o que encontrou Philip no deserto?

O livro Piano Vermelho é uma mistura de aventura, suspense, drama e até mesmo um pouco de terror psicológico. Josh Malerman consegue traçar um paralelo muito bom entre presente e passado criando muitas perguntas e te prendendo cada vez mais a responde-las durante a leitura do livro.

Apesar de dividir bastante a opinião dos leitores, vale a pena conferir o livro Piano Vermelho para assim desenvolver e adquirir as suas próprias conclusões a respeito da história que é contada, no paralelo que o escritor traça entre presente e passado e também a forma com que Josh Malerman conduz a história.


Onde encontrar: Piano Vermelho - Josh Malerman

Thomas Mann - Os Buddenbrook: Decadência de uma Família

 


Menção ao livro que deu origem ao blog Orquestrando Livros.

Fica sob minha responsabilidade tal qual, como falar e expressar de forma que faça valer o que essa obra de Thomas Mann significa e representa. Sem dúvidas é uma leitura de deixar saudades, diante das sensações, descrições e cuidado em detalhes, é um livro que nos faz colocar escritores e leituras que se antecederam ficarem a sete palmos abaixo do chão.

Os Buddenbrook, conta a convivência de uma família alemã de comerciantes, através de quatro gerações donos de uma firma, a história acompanha a vida dos membros da família o que sintetiza exemplarmente toda a burguesia do século XIX, desde a sua origem, seus primeiros sucessos e que após a morte de Johann I a definitiva decadência dos Buddenbrook, que não são apenas uma família, são a metáfora de uma cultura e de uma sociedade.

Logo de início podemos observar que mesmo sendo este o primeiro livro publicado pelo autor, Os Buddenbrook é construído e rico por detalhes dos ambientes, o que é muito importante por se notar como a quantidade dos detalhes dentro das cenas mudam ao decorrer da história. Com isto ao passar desta fácil leitura de 702 páginas, não conhecemos apenas os personagens e suas histórias, mas a descrição cuidadosa de cada ponto ao redor, com a observação de que não o torna cansativo e sim nos trás a melhor experiência a ponto de conseguir nos trazer sensações, emoções, a importância delas e eu diria que até aromas.

É um romance que começa já em sua ascensão, com a aquisição de uma mansão e grandes festas e jantares, nos trazendo a esperança de que tudo dará certo, e a curiosidade de onde partirá a decadência, que vem sendo contada de forma detalhada e ao mesmo tempo sutil.

Acompanhamos as primeiras gerações até a terceira geração, foco principal do autor. Nos levando a conhecer características bem específicas e detalhadas dos diversos personagens que nele contém. Os personagens trazem suas bagagens e características únicas, nos fazendo alegrar, torcer, simpatizar, maldizer e questionar.

Dos filhos de Johan I, temos Tonny Buddenbrook, até então uma menina sonhadora e futuramente uma mulher divertida e vaidosa, e que gosta de usar locuções para se expressar, esta pode ser notada como a personagem em que mais me afeiçoei. Encantei-me com Thomas, e sua dedicação como o responsável pelos negócios da família, e me apiedei de Christian, que por muitos é considerado a escória e o super melodramático da família, aquele com quem não se pode muito contar, mas que me fez rir. Mais tarde temos capítulos inteiros dedicados ao jovem peculiar Johann III o pequeno “Hanno”, filho de Thomas Buddenbrook, amante da música e instruído na literatura. Também fica claro o desconforto de como as mulheres são retratadas, mas que é também o esperado pela época em que a história é situada. Os Buddenbrook é a metáfora exemplar das contradições e dilemas de uma classe em que o poder se constrói sobre a hipocrisia e alienação.

Este livro é considerado e julgado como uma história que o autor usa a própria família como base para os personagens. Thomas Mann sugere a não nos perguntarmos quem é quem e a não nos levar a crer e fazer ligações, mas apenas entender que se tratam das próprias expressões do artista e a sua própria representação. Tal situação, o levou a processo pelos próprios familiares, o que acabou não dando em nada, porém todo o processo é detalhado ao final deste livro que, por outro lado, o levou ao prêmio Nobel de literatura em 1929, fazendo Thomas ser considerado um dos maiores romancistas do século XX. 


Onde encontrar: Os Buddenbrook: Decadência de uma Família - Thomas Mann

Joe Hill - A Estrada da Noite

 


Em um mês em que se comemora o halloween, nada melhor do que conhecer livros de terror, sendo assim, falaremos do livro A Estrada da Noite de Joe Hill, publicado no Brasil pela editora Arqueiro.

O escritor do livro chamado Joseph Hillstrom King, conhecido como Joe Hill, é filho de Stephen King, considerado um dos maiores escritores de terror e suspense. Joe decidiu esconder a sua identidade até o lançamento de A Estrada da Noite para não viver nas sombras e nas comparações de seu famoso pai.

O livro A Estrada da Noite foi lançado em 2007, ganhador de vários prêmios, entre eles o prêmio Bran Stoker que é uma premiação concedida pela Horror Writers Association. Da lista de mais vendidos do New York Times, é considerado o livro do ano por diversas publicações.

O livro A Estrada da Noite acompanha a história de Judas Coyne (conhecido como Jude) que é considerado uma lenda do rock e que vive em uma mansão fazenda com a sua namorada Geórgia e seu assistente Danny. Jude ganha e coleciona objetos estranhos e vai guardando todos eles, objetos esses que são considerados bem macabros, como um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, uma fita com cenas reais de assassinato gravado por um policial e até mesmo um laço usado em um enforcamento.

Certo dia seu assistente Danny pergunta se Jude não estaria interessado em comprar um fantasma que estava sendo vendido em um leilão de internet. A dona desse fantasma estava vendendo na verdade um paletó que pertencia ao seu padrasto, e dizia que o fantasma dele acompanharia o paletó onde quer que ele estivesse, ou seja, a pessoa que comprasse o paletó compraria também o fantasma. Jude não pensou duas vezes antes de comprar, mal sabendo ele que a partir daquele momento sua vida viraria de ponta cabeças.

A partir do momento em que ele descobre que na verdade estaria destinado a receber esse fantasma, Jude e sua namorada Geórgia seguem em uma viajem de carro em busca de se livrar do fantasma e principalmente, em busca de respostas, tendo que enfrentar o passado e seus traumas e também em busca de um futuro.

Sendo assim podemos observar no livro que não só temos uma história de suspense e terror, mas sim uma realidade psicológica de cada personagem na história.


Onde encontrar: A Estrada da Noite - Joe Hill

Edson Marques - Mude



Mude
Mas comece devagar, porque a direção
É mais importante que a velocidade.
Mude de caminho, ande por outras ruas,
Observando os lugares por onde você passa,
Veja o mundo de outras perspectivas.
Descubra novos horizontes.

Não faça do hábito um estilo de vida.

Ame a novidade.
Temte o novo todo o dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
O novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
Busque novos amigos, tente novos amores.
Faça novas relações.
Experimente a gostosura da surpresa.
Troque esse monte de medo por um pouco de vida.
Ame muito, cada vez mais, e de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, de atitude.

Mude
Dê uma chance ao inesperado.
Abrace a gostosura da surpresa

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as

Exagere na criatividade.
E aproveite para fazer uma viagem longa,
Se possível sem destino.
Experimente coisas diferentes, troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você conhecerá coisas melhores e coisas piores,
Mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
O movimento, a energia, o entusiasmo.

Só o que está morto não muda!

(Poema de Edson Marques)

Jorge Amado – Capitães da Areia


O livro Capitães da Areia faz parte da segunda fase do modernismo do Brasil, nessa fase os autores se preocupavam bastante em falar sobre as condições humanas, e as situações em que os homens viviam. Em Capitães da Areia não é diferente, Jorge Amado retrata nesse livro um grupo de meninos (os capitães da areia) na cidade de Salvador, que inclusive em alguns momentos Jorge Amado vai chamar de “cidade da Bahia”.

Os capitães da Areia são meninos de rua, abandonados, que em sua maioria não tem nem pai e nem mãe, e alguns até mesmo fugiram de casa por conta de maus tratos ou algo do tipo. O autor não nos diz com exatidão quantas pessoas fazem parte desse grupo, em alguns momentos ele nos diz que são mais de 100, porém ele vai dar foco em alguns personagens principais que fazem parte da história do livro.

Esse grupo de meninos vivem e “trabalham” juntos (a palavra “trabalham” está entre aspas pois o trabalho deles são os furtos e os trambiques que eles fazem). O autor também vai retratar nesse livro que nesse grupo existe uma ética e um companheirismo muito grande entre eles.

É importante notar que a história de cada personagem é muito triste, e a cada capitulo do livro iremos conhecer a história de cada um deles. O autor nos diz que esses meninos, que inclusive a idade do mais velho é de 16 anos, já se comportam como adultos, se deitam com mulheres, bebem, fumam e etc.

É importante prestar atenção pois dentro do próprio livro existem muitas visões diferentes desses meninos, pois Jorge Amado vai construir o texto do livro a partir de notícias nos jornais sobre essas crianças, e a primeira notícia é sobre o absurdo desses meninos serem assaltantes da cidade de Salvador. Outro momento é sobre a carta de uma mãe que lê essa reportagem e vai dizer que não é bem assim, e diz que o que acontece em um reformatório é que as crianças sofrem grandes absurdos também, e em seguida vem o relato de um padre que vai confirmar o que a mãe diz nessa carta. Na sequência vemos uma carta do diretor do reformatório desmentindo o que a mãe e o padre disseram.

Ou seja, é importante acompanhar esses pontos de vistas e assim fazer parte dessa história, e dessa forma ter a sua própria visão e conclusão a respeito desse grupo chamado Capitães de Areia.


Onde encontrar: Capitães da Areia - Jorge Amado

Postagens Mais Vistas